Assim vale a pena o escutismo!
Participei no último
fim-de-semana no meu primeiro Cenáculo. Para quem não sabe (eu não sabia!), um
Cenáculo é um espaço de debate para Caminheiros sobre temas relacionados com o
Caminheirismo. É, acima de tudo, um espaço para se poder dar «Vez e Voz» a cada
Caminheiro.
Para mim, este foi mais do que um
mero Cenáculo. Efectivamente marcou a minha vida, pois foi a estreia de muitos
eventos! O Cenáculo foi a minha primeira actividade de campo enquanto
Caminheiro. Também aqui tomei contacto com o Núcleo numa actividade escutista.
Nunca tal tinha acontecido. Antes deste fim-de-semana não fazia ideia do que
era um Núcleo, como estava dividido e qual a sua importância…
A minha ambição para esta grande
Actividade era simples: conhecer uma realidade nova; interagir com o meu
agrupamento; perceber o contexto escutista que me rodeava (Núcleo, Região…)
Cedo compreendi que seria muito
mais do que eu havia planeado. O companheirismo entre todos revelou-se logo à
chegada de modo que foi mais fácil a minha integração. De espírito aberto e
constante animação, foi fácil a adesão ao contexto e ao imaginário proposto.
Começámos a actividade no Centro
Democrático Latino Coelho, em Coimbrões, por volta das 19h. Depois do jantar
partilhado, assistimos ao filme “Amigos Improváveis”, que eu nunca tinha visto
e que gostei muito! Entre largas gargalhadas, quase me correu aquela lágrima no
canto do olho. Terminada a sessão de cinema, juntámos pela primeira vez as
equipas. Como viria a ser quase «tradição» tivemos a nossa ceia antes de nos
deitarmos, o que acabou por acontecer quando o relógio já passava das 4 horas…
da manhã!
O dia seguinte começou bem cedo,
pois às 7:15h tivemos a nossa Alvorada. Ao som do hino que nos marcaria o
Cenáculo, despertámos para mais um dia de Caminheirismo. Tomámos o
pequeno-almoço e assistimos ao primeiro Plenário do Evento, sob o tema: “E o
teu Núcleo? Precisa de Caminheiros?”. Aqui, foi referido o papel do caminheiro
no Agrupamento, no Núcleo e Região e a consciencialização de que somos pedra
forte neste movimento. Por equipas, analisámos o plenário e, depois de um
lanchinho, debatemos as ideias dos diversos grupos.
Antes de almoçarmos, embarcámos
na aventura e fizemos ao Caminho. Rumámos ao Regaço, na Casa da Montanha, lugar
que nos acolheu durante o restante Fim-de-Semana. Almoçámos e tivemos mais um
plenário (“Caminheiro no Mundo”), antes de participarmos na Eucaristia na
Igreja de Sto. Ovídio. O resto da tarde e início de noite, resumiu-se a debater
o plenário, preparar o Fogo de Conselho e jantar. Depois de jantar, tivemos
então o já tradicional Fogo de Conselho. Por impossibilidades logísticas, não
se pôde acender efectivamente o fogo, mas cada um de nós teve o seu papel na
construção e na iluminação dessa fogueira.
Não precisava de o fazer, mas
gostava de destacar que este Fogo de Conselho foi espectacular pelas reflexões,
pelas músicas, pelas brincadeiras. Tudo esteve bem, muito bem aliás!
O silêncio chegou mais cedo do
que no dia anterior, mas mesmo assim já era de madrugada quando pudemos
descansar!
Domingo, 8 horas da manhã.
Alvorada no 4º Ciclo do Cenáculo do Núcleo Douro Sul. O cansaço já se começa a
acumular e já é difícil acordar. Mas fazemo-lo de coração aberto e disponível,
com entrega permanente! Esse dia já era o último e havia que aproveitar todos
os momentos…
Participámos em mais um Plenário,
desta feita orientados por um tema marcante: “Caminheiro, quem és tu?”. Uma
reflexão muito boa, extraordinariamente marcante, de alguém que tem mais anos
de Escutismo do que eu de vida… Após a reflexão por equipas e a respectiva
partilha às restantes, almoçámos.
Depois do almoço, começou a tarde
que irá marcar a minha vida e que me dará muitos afazeres neste ano. Foi
escolhido um representante por equipa que, em conjunto, se encarregariam de
elaborar a Carta de Cenáculo. Esta, depois foi lida e assinada por todos, para
compromisso pessoal de cada um.
Estávamos quase a acabar a
actividade, quando tivemos que eleger os novos representantes do Cenáculo. Os
Coordenadores e a EP (Equipa de Projecto) têm um «mandato» válido por um ano,
findo o qual há novas eleições no Cenáculo. Após uma pequena introdução pela
Representante do Cenáculo Nacional, demos início à eleição dos novos
coordenadores.
Para alguém ser eleito Coordenador,
teria que se levantar e referir o motivo pelo qual deveria ser eleito.
Rapidamente se encontraram 3 candidatas. Após muita pressão, e muita mesmo,
acabou por se mudar de estratégia e fez-se precisamente o contrário. Ou seja,
cada um deveria dizer os motivos pelos quais não deveria/poderia ser eleito.
Penso que o meu discurso foi bastante eloquente, onde referi os diversos
motivos pelos quais eu não poderia ser Coordenador do Cenáculo. Não se
acreditaram em mim…
Eis que, depois de muita pressão
e reflexão, acabei mesmo por me levantar da cadeira e por me juntar às
restantes candidatas. Depois do primeiro sufrágio (onde houve um empate entre
mim e a Catarina), foi eleita a nova Coordenadora do Cenáculo para o próximo
ano. Eu, felizmente, “fiquei-me” pelo cargo de Sub-Coordenador! Nem queria
acreditar…
Como é que alguém que não tinha
experiência nenhuma no evento em questão se poderia tornar Coordenador? Pois
bem, houve uma série de motivos que me levaram a aceitar o desafio que me
propuseram:
- Desde logo, o facto de a
Representante do Cenáculo Nacional, ter dito que era possível conciliar a
Coordenação com as restantes actividades (escutismo, Universidade, …).
- O repto lançado por alguns
elementos que, entre outras frases, me disseram: «Se avançares, tens o clã
contigo!».
- O exemplo demonstrado pelo
Coordenador e pela restante EP neste Cenáculo.
- A vontade de servir,
tornando-me disponível e útil aos outros na missão!
Se não me candidatasse a
Coordenador (após toda aquela «chacina» psicológica), arrepender-me-ia para o
resto da vida e ficaria sempre a pensar o que poderia eu ter feito pelo
Cenáculo.
Lembrei-me do nosso hino: “Vive
partilha e avança, sem medo do amanhã, segue Cristo e B.P., e um Homem Novo
serás”. Nós Caminheiros, rumamos ao Homem Novo…
Peguei nas palavras do nosso
Patrono: “Fiz-me tudo para todos, para salvar alguns a qualquer custo” (1 Cor
9, 22). Delas sempre fiz mote e lema para a minha vida escutista e cristã.
Devemos estar onde estão os jovens para os compreender e devemos dar tudo quanto
temos e podemos para melhor os servir.
Servir. Que seja essa a memória
deste ano que agora começa. Não espero facilidades, pois até as rosas mais
belas têm espinhos. Da minha parte, podem esperar toda a minha entrega!
O compromisso que eu assumi de
pertencer à Equipa do Cenáculo, não me diz só respeito a mim! É também um
compromisso de todos quantos participaram no IV Ciclo. Sim, preciso da vossa
ajuda! Quero que sejam essa viva voz do Cenáculo nos vossos Clãs! Não conheço
os agrupamentos, nem tão pouco as paróquias que compõem o nosso Núcleo, mas
encaro esta lacuna como um desafio para melhor perceber esta grande área que é
o Núcleo Douro Sul! Que eu seja um bom Unicórnio!!
Quero agradecer a todos quantos
se propuseram a ajudar-me logo desde o início. Quero dar o meu mais sincero
OBRIGADO:
OBRIGADO ao Marcelo, nosso grande
coordenador, porque me mostrou o que é dirigir este evento e a prontidão que
sempre tinha em nos ajudar;
OBRIGADO à EP, pela alegria,
dinamismo e presença constante, e por darem o exemplo aos Caminheiros mais
novos;
OBRIGADO aos elementos do STAFF,
que prepararam e ajudaram em tudo neste Cenáculo;
OBRIGADO a todos os Caminheiros,
pela força viva que transmitiram!
Que isto não soe a graxa… é do
fundo do coração que o digo! Fizemos Cenáculo e demos provas de sermos força
viva dentro do Movimento!
Gostava de terminar com uma frase
que registei logo no primeiro Plenário: “Ser Caminheiro é aprender que toda
esta descoberta, só é possível no Serviço”.
O meu Serviço no próximo ano é
trabalhar com a Catarina na Coordenação deste Cenáculo! Muito me ajudou este
Núcleo na minha integração! Nunca, como agora, senti tão grande dinamismo entre
Caminheiros! Rumamos ao Homem Novo, com renovada esperança, e com a certeza de
que estamos com as pessoas certas do nosso lado!
Uma prova do meu acolhimento foi
a insígnia que recebi. Eu prometi que a compraria no dia seguinte no DMF, mas
ofereceram-ma! Mais um motivo para enfrentar o próximo ano com esperança na
certeza de poder retribuir tudo quanto fizeram por mim!
«Senhor Jesus (…)
Dignai-vos ser o meu Guia e Companheiro (…)
Apesar das fadigas e das contradições (…)
Eu possa caminhar alegremente convosco.»
Dignai-vos ser o meu Guia e Companheiro (…)
Apesar das fadigas e das contradições (…)
Eu possa caminhar alegremente convosco.»
Que esta oração seja a minha… de todos os dias, de hoje em
diante!
«A melhor maneira de se ser feliz, é contribuir para a
felicidade dos outros», disse-nos BP. Sejam felizes, porque eu também o sou!
Pelo Escutismo e pelos Escuteiros, Trabalhar Sempre!
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